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Com home office, ataques hackers sobem 700% na América Latina

O aumento exponencial do trabalho remoto e do home office devido à pandemia de Covid-19 levou a um aumento expressivo, de 704%, no número de ataques aos chamados servidores RDP (de Desktop Remoto, em inglês) na América Latina, revelou um estudo da empresa de cibersegurança ESET após enquete com mil empresas na região. No mundo, esse tipo de ataque ao home office já soma 29 bilhões de incidentes, atestou a empresa.

Os malwares em geral afetaram principalmente as empresas no Brasil (19%), contra 17,5% no México e 13,3% na Argentina. O phishing (mensagens falsas com links para sites fake com o fim de roubar dados) também continuou a grassar em terras brasileiras, afetando 26,4% das empresas.

Home office sem proteção

Segundo o especialista em cibersegurança da ESET Daniel Cunha Barbosa, na maioria dos casos as empresas passaram a usar os servidores para o home office sem as devidas configurações de segurança, o que abriu as portas para os hackers.

— E falta uma visão holística da segurança, com a conscientização periódica e reforçada dos funcionários que passaram a trabalhar em casa, bem como um perímetro de segurança adaptado ao home office — diz Barbosa.

Embora internacionalmente o ransomware esteja em alta, os ataques genéricos desse tipo chegaram a cair um pouco em 2020 na América Latina, mas se tornaram muito mais específicos e sofisticados, dizem os especialistas. No Brasil, eles já respondem por cerca de 10% dos incidentes.

Uma das técnicas para direcionar esses ataques de ransomware é o uso do doxing (extração de informações sensíveis por meio de engenharia social, por exemplo).

Bombardeio de impressão

E, entre as táticas usadas para pressionar as empresas a pagarem os resgates, estão os ataques de negação de serviço (DDoS, na sigla em inglês), que sobrecarrega e tira do ar os sites corporativos; o uso das impressoras da rede corporativa para imprimir continuamente os pedidos de resgate (bombardeio de impressão); e até o hackeamento do call center para reforçar a chantagem.

Em geral, os resgates são pagos em criptomoedas, como o bitcoin. A mineração de bitcoins via malware aumentou 9% no mundo em 2020, especialmente em países como Tailândia (17,9%), Peru (10,1%) e Equador (5,1%).

De olho no novo cenário

No caso do home office, segundo Barbosa, 42% dos executivos ouvidos na pesquisa reconheceram o alto nível de risco do trabalho remoto. Oitenta por cento mencionaram a preocupação com perigos de segurança relacionados ao fator humano em casa.

— Assim, os hackers viram o home office como uma oportunidade para os ataques.

Segundo os especialistas, as empresas precisam acompanhar com mais atenção o novo viés dos ataques digitais, reiterando a conscientização do risco entre as equipes e recorrendo a recursos com a autenticação dupla para acessar os sistemas corporativos e reforçando a proteção criptográfica.

André Machado – jornal Extra
Imagem de Free-Photos por Pixabay

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