PMEs devem sustentar softwares contábeis

De acordo com a fornecedora de softwares Sage, 56% das empresas não estão preparadas para as novas exigências do governo; para Tidexa, empresas de menor porte não podem perder tempo

Os próximos 12 meses serão intensos para as empresas de tecnologia fornecedoras de softwares contábeis, em virtude das exigências fiscais vinculadas ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), que se tornarão obrigatórias. As pequenas, que também serão afetadas, são encaradas pelo setor como o principal filão a ser explorado.

É essa a expectativa de algumas empresas como a multinacional britânica Sage, especializada em soluções contábeis para clientes de menor porte. Para o presidente da companhia no Brasil, Jorge Carneiro, nem o momento econômico delicado deve brecar a demanda por soluções contábeis.

“As pequenas, que em sua grande maioria, ainda não são informatizadas, vão precisar de todas as ferramentas para gerirem seus recursos”, afirmou Carneiro ao DCI. Na visão da empresa – que cresceu 9% em 2014 – a obrigatoriedade da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) será um dos principais indutores de mudanças. Dentro de dois anos, a Sage vislumbra conquistar 10% do mercado de pequenas e médias brasileiras, que correspondem a 99% das 6,4 milhões de empresas contabilizadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Apesar dos prognósticos, muitos empresários ainda não estão a par das mudanças: de acordo com um estudo da própria Sage, 56% das companhias não estão preparadas para a Escrituração Contábil Fiscal (ECF), que deve ser entregue à Receita Federal até o dia 30 deste mês.

O dispositivo, que vai substituir a Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica (DIPJ), obrigatório mesmo para empresas imunes ou isentas, servirá como base para o cálculo de alguns impostos, como o Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ).

Como a ferramenta deve exigir o uso de certificados digitais do tipo e-CPF, a Sage já está incluindo o serviço em seus softwares de gestão empresarial (ERPs). “São soluções imediatas e com preços compatíveis à capacidade de cada um”, explica Jorge Carneiro.

Tempo curto

“O eSocial já é realidade”, afirmou o CEO da Tidexa (especializada em soluções para recursos humanos), Marco Sottovia. É através do sistema informatizado que as empresas prestarão contas ao governo sobre seus funcionários.

Mesmo com o adiamento das datas-limite para a adoção do eSocial, Sottovia não vê motivos para que os empresários deixem a resolução para última hora. O prazo obrigatório para acaba em setembro de 2016 no caso das empresas de maior porte, com faturamento acima dos R$ 78 milhões, e no início de 2017 para as empresas que faturam abaixo disto.

“Os empresários que estiverem mais bem preparados em seus processos internos poderão ter suas rotinas organizadas, evitando riscos de eventuais penalidades, multas e autuações”, afirmou o CEO da fornecedora de softwares.

Segundo o executivo, o aumento na procura por soluções vinculadas ao Sped é perceptível mesmo entre as pequenas, uma vez que soluções que utilizam cloudcomputing são mais acessíveis para elas. “Temos um conjunto de soluções em nuvem, hospedagem e manutenção”, explica Sottovia, destacando o Soft-e, que permite um controle de todas as obrigações através de um painel de controle único.

Tanto a Tidexa quanto a Sage ainda apostam em treinamentos para incentivar a adoção das novas ferramentas entre seus clientes.

Henrique Julião

Fonte – DCI