AARB discute massificação de certificados digitais na Jucemg

Na última quinta-feira, 11 de fevereiro, a AARB visitou a sede da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais – Jucemg, onde foi recebida pelo presidente José Donaldo Bittencourt Júnior e diretores. O encontro discutiu a massificação da certificação digital em Minas com a implantação da Junta Digital para todas as sociedades empresárias a partir de março de 2016. Umas das soluções apontadas para disseminar a aplicação dos certificados ICP-Brasil é o incentivo do uso para dispositivos móveis.

Segundo o presidente da AARB, Nivaldo Cleto, é urgente a necessidade de popularizar o certificado digital também entre as pessoas físicas. “Cada vez mais a certificação estará presente no cotidiano do cidadão, tanto na relação com esferas públicas ou privadas, como serviços bancários, compra e venda imóveis, leilões, identificação civil entre outros. Uma das opções seria a universalização do certificado digital via smartphone, o que facilitaria a mobilidade e economia de tempo e dinheiro”, diz Cleto. “É uma tendência sem volta e facilita a vida de todos os envolvidos”, completa.

A Junta Comercial de Minas foi pioneira no uso da autenticação e registro dos atos societários 100% digitais desde 2014.

Jucemg

A partir da esq.: procurador-chefe da Jucemg, Fernando Barbosa Santos Netto, diretor de Integração e Interiorização, Marcos Araújo de Oliveira, chefe de Gabinete, Nélia Maria Borboleta de Lima, secretária-geral, Marinely de Paula Bomfim, presidentes da AARB, Nivaldo Cleto e da Jucemg, José Donaldo Bittencourt, diretora de Registro Empresarial, Lígia Xenes Gusmão Dutra e o diretor de Gestão da Informação e Modernização, Alex Francisco de Oliveira Barbosa

AARB solicita prorrogação de prazo para nova regra antifraude

Pedido é atendido pelo ITI e medidas de segurança para certificados digitais ICP-Brasil passam a valer a partir de 1º de março

certificacaoA Associação das Autoridades de Registro do Brasil – AARB solicitou, no último dia 26 de janeiro, através de ofício endereçado ao presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI, Renato Martini, a dilatação do prazo das regras contidas na Instrução Normativa nº 02 de 23/06/2015.

A norma estabelece novos procedimentos de identificação ao requerente do certificado digital padrão ICP-Brasil com o intuito de criar uma Lista Negativa para consulta e evitar possíveis fraudes. A Instrução Normativa estipulou o prazo de 1º de fevereiro para a criação desta base de dados de segurança.

Segundo o presidente da AARB, Nivaldo Cleto, a maioria dos agentes de registro ainda não esta totalmente treinada para atender os novos procedimentos e a grande demanda de entrega de obrigações acessórias com o uso de certificado digital no mês de fevereiro inviabiliza o cumprimento das regras.

Confira os ofícios da AARB e do ITI.

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Certificação digital é tendência sem volta

Julio Cosentino

É fato que estamos passando por uma crise econômica, mas não há a necessidade de pânico. A crise, para alguns empresários, é até uma luz no fim do túnel. Esse é o momento de parar, pensar e repensar no andamento da empresa. E, muitas vezes, mudar! Uma das primeiras medidas que as organizações devem tomar é reduzir os custos, mantendo a qualidade, a eficiência e a agilidade dos serviços prestados. Como? De uma maneira muito simples, utilizando uma solução já conhecida pelas empresas: o Certificado Digital. Embora possua inúmeras aplicações, o Certificado ainda não é utilizado com toda sua potencialidade. Muitas vezes, é lembrando apenas nos momentos das entregas de obrigações para o governo, por conta da falta de conhecimento. Por isso, é preciso que mais pessoas saibam que essa tecnologia pode ser utilizada como instrumento de gestão. Com o uso da tecnologia, muitos dos processos físicos podem migrar para o eletrônico, como a assinatura de um contrato. Sem a necessidade do uso do papel, manuseio, autenticação e espaço de armazenamento, com apenas alguns cliques, do computador, notebook ou celular, um documento pode ser assinado com total validade jurídica. Só nesse exemplo, observe, quantos custos são eliminados, e não é só o do papel. Custos para o armazenamento também são eliminados. Muitas empresas alugam ou ocupam grandes espaços para arquivar documentos impressos. E quanto custa o metro quadrado desses locais? É importante ressaltar que a certificação digital também permite a digitalização de documentos já impressos, garantindo ou atribuindo validade legal. Além disso, “tempo é dinheiro”, principalmente em época de crise. E processos no meio eletrônico não param. De qualquer lugar, um executivo pode assinar um contrato e formalizar um grande negócio. Ou seja, não há mais a necessidade da presença física para a tomada de uma decisão que necessite de assinatura. Outro ganho para as empresas, que se estende à sociedade, é a sustentabilidade. Processos no meio eletrônico diminuem o uso de papel e do transporte, ajudando, assim, a preservar o meio ambiente. Como exemplo sustentável de sucesso, temos a implementação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), em 2006, que exige ouso do Certificado Digital para a emissão do documento a fim de garantir segurança e transparência na troca de informações. De lá para cá, mais de 48,1 bilhões de folhas de papel deixaram de ser impressas. Isso porque, até o dia 3 de novembro, 12,04 bilhões de notas eletrônicas foram emitidas e, como a versão impressa, em média, tinha 4 vias, a economia de pa pel quadriplica. Adicionalmente, a nota fiscal eletrônica também ajuda na economia de água. De acordo com o Instituto Akatu, são necessários 540 litros para produzir um quilo de papel. Se calcularmos que uma resma de sulfite A4 tem, em média, 2 quilos, apenas para produção de uma resma, 500 folhas, seriam utilizados 1.080 litros de água. Assim, a NF-e já ajudou a economizar mais de 103 bilhões de litros de água. Esses são apenas alguns dos motivos pelos quais a Certificação Digital está ganhando uma nova dimensão no dia a dia dos empresários. Muitos já a veem como uma ferramenta de gestão, que vai muito além do cumprimento das obrigações. E isso é uma tendência sem volta! O que não se pode perder são as oportunidades de mudança. O próximo ano deve ser mais desafiador e exigirá ainda mais a desburocratização de processos e a redução de custos. É preciso manter o foco, seguir em frente e investir no que agregará valor aos negócios.

 Vice-presidente da Certisign, empresa líder em Certificação Digital na América Latina; e presidente da ANCD (Associação Nacional de Certificação Digital) 

Jornal do Comércio – RS – 20/01

Portal pode reduzir custos em R$ 50 bi

São Paulo – A implementação do Portal Único do Comércio Exterior deve reduzir os custos das empresas em até R$ 50 bilhões, com a substituição, em média, de 90 toneladas de papel anualmente.

“O portal representa a estratégia brasileira de facilitação de comércio, com a redução de prazos e burocracias no processo de importação e exportação no Brasil”, afirma o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho.

A integração virtual da parte do processo de comércio pertinente a órgão como a Receita Federal, Anvisa e o Ministério da Agricultura é uma das etapas de criação do portal, previsto para ser lançado formalmente em 2017.

Para o ministro Armando Monteiro, a unificação dos trâmites aduaneiros de diferentes órgãos irá facilitar o trabalho das empresas rumo ao mercado global. “Estamos dando um passo importante para simplificar os processos, tornando-os mais fluídos”, avalia.

As empresas vão deixar de utilizar serviços de despachantes e não vão precisar protocolar documentos físicos com a Anexação Eletrônica permitida pelo portal eletrônico.

Já em 2016, o processo de exportação será reduzido de 13 para 8 dias. O trânsito de importação será reduzido de 17 para 10 dias no ano seguinte. Isso deve levar o Brasil a figurar entre os países com melhor processo de comércio exterior. O papel envolvido na importação será reduzido em 97% e na exportação, em 95%.

De acordo com o secretário, as empresas vão conseguir reduzir em 40% os valores necessários para fazer transações comerciais internacionais. “Ao reduzirmos prazos, nós estamos reduzindo custos das empresas”, afirma Godinho.

O Banco Mundial estima que para enviar um contêiner aos Estados Unidos atualmente, por exemplo, as empresas brasileiras gastam US$ 2,215 mil com a burocracia de papel. “Ao final do nosso projeto, nós teremos reduzido os custos de importação e exportação no País em cerca de 40%, tornando bastante competitivas as nossas empresas para que possam se aproveitar do comércio internacional”, diz Godinho.

Balança

Dados do MDIC divulgados na última segunda-feira mostram que, em 2015, a balança comercial registrou superávit de US$ 19,681 bilhões, o melhor resultado desde 2011, revertendo o déficit alcançado em 2014 de US$ 4,054 bilhões.

No ano, a média diária das exportações foi de US$ 764,5 milhões, 14,1% abaixo da média diária registrada no ano anterior (US$ 889,7 milhões). Já a média diária das importações foi de US$ 685,8 milhões, desempenho que foi 24,3% menor que o registrado em 2014 (US$ 905,7 milhões, em média, por dia útil).

Segundo Daniel Godinho, a queda dos preços das commodities influenciou diretamente o resultado da balança comercial de 2015. “As exportações cresceram 10% em quantidade em 2015, mas a redução de 22% nos preços internacionais mitigou o ganho obtido com a alta das quantidades exportadas. Se a quantidade em 2015 fosse vendida pelo preço médio de 2014, teríamos receitas extras de cerca de US$ 37 bilhões”, afirmou. De acordo com o secretário, minério de ferro, produtos do complexo soja e petróleo foram os itens mais impactados pela queda dos preços internacionais.

Para 2016, Godinho reafirmou que a expectativa é que o saldo comercial da balança do Brasil alcance o patamar de US$ 35 bilhões. Para o ano, o principal desafio, segundo ele, é o andamento do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

DCI – 06/01/2016

Nota Fiscal Eletrônica evita desperdício de 48 bi de papéis

Desde a implementação da Nota Fiscal Eletrônica, em 2006, 48,1 bilhões de folhas de papel deixaram de ser impressas. Isso porque, até o dia 30 de dezembro de 2015, 12,04 bilhões de notas eletrônicas foram emitidas e como a versão física, em média, era impressa em quatro vias, a economia de papel quadriplica.

Para Julio Cosentino, vice-presidente da Certisign e presidente da Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD), a sustentabilidade poderia ser maior, já que o certificado digital – necessário para a emissão da nota – também pode ser usado para assinar documentos com validade jurídica.

“A tecnologia permite realizar diversos processos no mundo digital com validade jurídica. Com o e-CPF ou o e-CNPJ, por exemplo, é possível assinar digitalmente qualquer tipo de documento, como contratos, com apenas alguns cliques, na hora e no local mais oportuno para o signatário. Isso ajuda o meio ambiente, reduz custos e concede celeridade à rotina de pessoas físicas e jurídicas, a evitar deslocamento desnecessário”, explica Cosentino. / Da Redação

DCI

Mapa implanta Sistema Eletrônico de Informações

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) começou a utilizar o Sistema Eletrônico de Informações (SEI), plataforma virtual de gestão e tramitação de documentos. O objetivo é dar maior agilidade às análises de processos e acabar com o estoque de papel, gerando economia de recursos públicos e eficiência na gestão. Os servidores do Mapa começaram a utilizar o sistema na rotina de trabalho na última segunda-feira. A pasta fez uma intensa campanha de treinamento e divulgação, vídeos tutoriais, manual do usuário e de protocolo e arquivo. Além disso, formou multiplicadores em cada unidade e ofereceu turmas de treinamento na Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro).

FOLHA DE LONDRINA

Revolução cotidiana

Certificação digital, tecnologia que transforma o dia a dia das empresas

Engana-se quem ainda pensa que o certificado digital serve apenas para cumprir obrigações com o governo. As aplicações e os benefícios que a tecnologia proporciona tanto para as pessoas físicas, quanto às jurídicas são inúmeros. Hoje, podemos verificar como alguns setores evoluíram apenas migrando processos para meio eletrônico, com a segurança e o respaldo jurídico do Certificado Digital. O Judiciário, por exemplo, está sendo modernizado por meio de uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que prevê a implementação do Processo Judicial Eletrônico (PJe) em todo o Brasil. Nesse novo modelo, os advogados devem realizar toda a tramitação no meio eletrônico e assinar digitalmente com o Certificado.

As vantagens são inúmeras: segurança, transparência, rapidez, economia, ampliação do acesso ao Poder Judiciário e sustentabilidade. Atualmente, mais de 5,2 milhões de ações tramitam via PJe em todo o País. Ou seja, mais de 1 bilhão de papéis deixaram de ser impressos, considerando que cada processo tem, pelo menos, 200 páginas. O tempo de tramitação também caiu de 700 para 90 dias.

A saúde é outro setor que vem se beneficiando com a tecnologia. Muitos hospitais migraram processos para o digital por meio de sistemas integrados à Certificação, como Prontuário Eletrônico do Paciente.

O PEP é uma plataforma que concentra todos os prontuários médicos e odontológicos de um paciente que, quando utilizada com Certificado Digital ICP-Brasil, garante vantagens que se assemelham com as do sistema judiciário: segurança, transparência, rapidez, economia e sustentabilidade. O uso da certificação é tão importante que o Conselho Federal de Medicina tem parceria com certificadoras para a emissão do Certificado no CRM Digital, a identidade do médico. Esses são só dois exemplos de como a Certificação Digital está mudando o dia a dia das empresas e pode mudar o da sua também.

Julio Cosentino, vice-presidente da Certisign e presidente da ANCD

DCI – 08/01

‘Profissionalização’ de hackers pressiona empresas e Justiça

Brasil encabeça ranking de ataques cibernéticos enquanto ecossistema de criminosos se expande; após popularização, mobile banking deve ser um dos focos em 2016

Os cibercriminosos brasileiros estão cada vez mais ousados e “profissionais”. Responsáveis em 2015 por um rombo de R$ 1,8 bilhão somente no sistema bancário e incentivados por uma legislação ineficaz, os hackers se organizam e importam novas práticas. As pequenas empresas, cujo orçamento para defesa é menor, são as mais afetadas.

“Eles estão buscando conhecimento nos locais com o cibercrime mais desenvolvido, como o Leste Europeu. É uma espécie de intercâmbio”, explica o analista sênior de segurança e pesquisa da Kaspersky Lab, Fabio Assolini. Especializada em segurança digital, a empresa foi responsável por um estudo que verificou as ramificações mercadológicas do submundo cibernético nacional.

Os resultados apontaram que o Brasil é, ao lado da Rússia, um dos países mais suscetíveis a ataques financeiros, alcançando, em 2014, a primeira posição na incidência de trojans – programas maliciosos que invadem PCs disfarçados de aplicações comuns.

Outro levantamento – desta vez da empresa de segurança digital ESET Brasil – apontou que mais de 50% das incidências de pelo menos três trojans populares ocorrem na rede brasileira. “O que chama atenção não é só o grande volume de detecção de ataques bancários, mas o comportamento particular desse tipo de ciberameaça”, explica o gerente da ESET no Brasil, Camillo Di Jorge. “Existem trojans bancários desenvolvidos especificamente para o País”, completa.

Para Assolini, a liderança indesejada é resultado da organização que as facções criminosas alcançaram, uma vez que a repressão é branda. “São grupos tão organizados que há até bases de dados informando qual criminoso é bom pagador ou não. É uma espécie de ‘SPC do cibercrime'”, argumenta ele.

O documento elaborado pela Kaspersky Lab aponta a expansão do C2C (cybercrime to cybercrime), quando hackers negociam entre si serviços como hospedagem, criptografia e envio de spam. Há casos de grupos que montaram estruturas de call center exclusivas para prospecção de cartões para clonagem ou pedidos de resgate em cima de informações roubadas – uma prática conhecida como ransomware.

A despeito da ‘maturidade’ atingida pelo cibercrime nacional, avançar rumo a outros países não está nos planos dos contraventores brasileiros. “Já identificamos ataques em países vizinhos e em Portugal, mas é algo pontual. Eles preferem atuar aqui, onde conhecem a infraestrutura”, explica Assolini. A situação bancária da população também desencoraja criminosos de fora a atuarem aqui, deixando o caminho livre. “A maioria das contas bancárias não possui opção de transferência internacional, o que acaba tornando o Brasil pouco atrativo [para infratores estrangeiros]”, completa.

Celular na mira

2015 foi o ano em que as transações bancárias via smartphone suplantaram outros canais de atendimento, com 58,5% do total. O movimento tem seus resultados: tanto a ESET Brasil quanto a Kaspersky Lab já identificaram as primeiras aplicações maliciosas projetadas exclusivamente para o sistema operacional Android. “O mobile banking certamente está na mira dos cibercriminosos brasileiros”, alerta o especialista da Kaspersky – que aconselhou o download de antivírus mesmo em dispositivos móveis.

Prevenção

Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), R$ 2 bilhões foram investidos pelo setor com prevenção de fraudes em 2015. Se o sistema bancário tem como arcar com o problema, o mesmo não se pode dizer das pequenas empresas. “É necessário um bom investimento para proteger bancos de dados, e muitas empresas não estão preparadas”, afirma o arquiteto de soluções de segurança da Cloud Technology Brasil, Rafael França. “Se falta orçamento, o bom senso recomenda boas práticas de segurança”.

Além das dicas contumazes – como evitar sites suspeitos e dar preferência à portais com protocolos de segurança do tipo https – França recomenda cuidados com as redes sociais. “Com a evolução delas, se tornou fácil utilizar informações em ataques”, pontua. “Se um hacker descobre que um diretor de uma empresa coleciona selos, ele não vai mandar um e-mail malicioso sobre recuperação de crédito, mas sobre selos baratos”, exemplifica.

O ataque social – quando um grupo cria perfil falso e se passa por uma companhia perante clientes – é mais uma jogada popular. Outra recomendação é dar maior atenção à identificação de ameaças que já tenham infectado o sistema, mas silenciosamente – algo também preconizado por gigantes do setor. “Implementamos um sistema de segurança em um cliente e já havia um malware operando. Eram documentos críticos: se a empresa não tivesse uma política de backup não seria possível recuperar”, conta França.

Proteção de dados

O vazamento de dados pessoais dos clientes é um elemento que municia, em boa parte dos casos, a atuação dos criminosos. “Muitas pessoas receberam boletos falsos de IPVA, com dados como documentos e endereço: eles vazaram de algum lugar”, alerta Assolini, da Kaspersky, defendendo a criação de uma política de proteção de dados mais abrangente.

“A lei norte-americana obriga que a empresa venha a público e ofereça auxílio. No Brasil, uma empresa de ingressos pela internet teve todos os seus dados roubados, seus clientes receberam e-mails falsos e ela não fez nada, pois não há lei que penalize”, completa ele.

Atualmente, três leis distintas sobre proteção de dados pessoais estão em tramitação: uma no Senado, uma na Câmara e outra sob o chapéu do Ministério da Justiça. Nenhuma deve ser aprovada em 2016.

Henrique Julião

DCI – 11/01/2016

Do Sped à reforma tributária, os vários desafios para 2016

Contabilistas convivem com alterações legais e obrigações acessórias do Sistema Público de Escrituração Digital, além da intenção do governo em retomar reforma tributária

Miriam Negreiro enfatiza importância de parcerias com escritórios com software Foto: Divulgação

O ano de 2016 será desafiador para os contabilistas, até porque há diversas alterações legais em pauta e, consequentemente, obrigações acessórias motivadas por novas e/ou velhas legislações que integram o pacote do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped).

Nesse cavalo-de-batalha acrescentam-se, ainda, o eSocial, EFD-Reinf – Escrituração Fiscal Digital das Retenções e Informações da Contribuição Previdenciária Substituída, ECF (segundo ano, com alterações advindas das alterações tributárias e normativas contábeis), e-Financeira (primeira entrega em maio/2016) e alterações na tributação do mercado exportador/importador, entre outros.

Por sua vez, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que dará continuidade aos projetos de reforma tributária do PIS/Cofins e do ICMS. E, nesse sentido, as alterações no cenário tributário refletem diretamente na contabilidade das empresas. “As atuais sistemáticas de apuração do PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) causam dúvidas aos usuários da contabilidade, pois trazem em sua estrutura conceitual variáveis que precisam de harmonização, qualificação do segmento empresarial e opção tributária”, observa Geuma Nascimento, sócia da TG&C – Auditoria, Consultoria e Contabilidade.

“As novas formas de cobrança desses impostos já trazem grande inquietação ao mercado. Algumas consultorias calculam que a arrecadação anual aumentaria em R$ 50 bilhões, em decorrência dessa elevação”, diz a diretora de consultoria da ABC71 Sistemas de Gestão, Miriam Negreiro. “Além disso, há complicações de imposto cumulativo e não cumulativo, se a empresa optou por lucro presumido ou lucro real, incidência sobre o valor total ou sobre valor agregado e alíquotas diferentes com aumento até por volta de 5%”, completa.

Para o presidente da ABC71, Antonio Barbosa, o setor de serviços enfrentará grande batalha, pois o regime cumulativo não permite a dedução de créditos tributários. Alterando o sistema para não cumulativo, a alíquota do setor terá que subir, encarecendo ainda mais a operação impactada pelo custo de mão de obra.

A prorrogação da obrigatoriedade de janeiro de 2016 para janeiro de 2017 do Bloco K (controle da produção e do estoque) também exigirá maior esforço do setor contábil. “Temos observado parcerias de escritórios de contabilidade com empresas de software, que possuem produtos compatíveis e custo viável. Nesse caso ganham o escritório de contabilidade, o fornecedor de software e, principalmente, o cliente, com os gestores descobrindo como otimizar e aumentar suas margens”, destaca Miriam, da ABC71.

Zulmira Felício

DCI – 12/01/2016

Economia de custos, segurança e rapidez

A figura do contador com livros de capa dura embaixo do braço é coisa do passado

Juliana Ferline, diretora da unidade de negócios PME da Sage: custos menores Foto: Divulgação

SÃO PAULO – Criado em 2001, por meio da Medida Provisória 2.200/2002, com o objetivo de facilitar a rotina das pessoas físicas e jurídicas, o certificado digital, especialmente na contabilidade, trouxe total segurança na remessa de informações das empresas para os órgãos públicos,  principalmente à Receita Federal.

Informações como vendas de empresas, lucro, compras, movimentação financeira, funcionários, salários, impostos pagos, encargos sociais, entre centenas de outras, são enviadas pelos contadores aos órgãos públicos com o uso do certificado digital. “A certificação não apenas agilizou a entrega dessas informações, mas principalmente agregou mais segurança”, diz Elias Nicoletti Barth, superintendente da Fenacon CD, autoridade certificadora com sede em Brasília, que emite 15 mil certificados digitais por mês.

Com agilidade, segurança e redução de custos, o certificado digital pode ser utilizado para a autenticação em sistemas e sites, enviar, acompanhar e retificar a declaração do Imposto de Renda, assinar documentos, entre muitas outras possibilidades. “Por garantir a identidade do titular no meio eletrônico, ou seja, por ser seguro, o certificado é amplamente requisitado para transações relacionadas ao governo, mas a tecnologia é muito mais que um instrumento para cumprir obrigações”, diz Julio Cosentino, vice-presidente da Certisign, autoridade certificadora há 19 anos no mercado, que já emitiu mais de sete milhões de certificados digitais.

Cosentino acrescenta que o certificado digital, por meio da criptografia de dados, garante a autenticidade e a integridade das transações realizadas. “Tudo o que for assinado ou transacionado via certificado digital tem validade jurídica, assegurada pela legislação.”

Além da validade legal, o certificado digital tem ainda a vantagem de evitar deslocamentos, tornando mais rápidas as transações. Com o certificado digital, por exemplo, é possível formalizar negócios a longa distância. “Um empresário daqui do Brasil pode concretizar um negócio com outro empresário que estiver em viagem à China. Basta eles acessarem uma plataforma para assinaturas de documentos via celular, tablet ou computador, e assinar com o certificado”, explica Cosentino.

“O uso do certificado digital, por permitir que os processos sejam realizados do início ao fim no meio eletrônico, dispensa o uso de papel, gerando economia de produto e de espaço nos escritórios, além de diminuição de gastos com deslocamento do contador até o cliente e/ou a órgãos públicos”, diz Juliana Ferline, diretora da unidade de negócios PME da Sage, provedora de soluções tecnológicas para empresas e contadores e que tem, entre seus produtos, o Sage One, um emissor de nota fiscal para os contadores já com o certificado digital emitido pela certificadora Soluti. Segundo Juliana, a necessidade do certificado digital tende a aumentar com a obrigatoriedade da emissão de nota fiscal eletrônica ao consumidor pelo varejo.

Para Antonio Sérgio Borba Cangiano, diretor-executivo da Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD), uma importante e grande vantagem para os contadores é o chamado Single Signon (senha única, ou assinatura única). “Com o certificado digital, o contador não tem que memorizar uma senha para cada cliente. Ele terá uma única senha, privada, para todos os clientes.  Hoje em dia a memorização de senhas, uma para cada situação, é uma grande dificuldade e não significa mais segurança, porque a senha pode ser roubada ou fraudada, e o certificado digital não.”

Serviços de contabilidade com valor agregado

SÃO PAULO – Com o uso do certificado digital mais presente nas operações contábeis, além da diminuição de gastos relacionados à compra, impressão e armazenamento de papel, deslocamento do contador e de mão de obra – com a melhoria da eficiência operacional -, é possível aos escritórios de contabilidade oferecer aos clientes um serviço com valor agregado.

Com as inovações tecnológicas, os contadores deixarão de processar documentos e informações e atuarão mais no lado consultivo, porque as informações necessárias já estão digitalizadas. E já se percebe uma mudança no perfil dos escritórios, pelo menos nos de maior porte, como é o caso da DIRETO Contabilidade, Gestão e Consultoria.

Com 53 funcionários e uma carteira com 160 clientes, a DIRETO, informa seu diretor Silvinei Toffanin, conta com um braço de consultoria. “Com a utilização do certificado digital, ganhamos tempo para aprimorar a prestação de serviços contribuindo com outras informações para ajudar os clientes na gestão de seus negócios. Fazemos análises mais detalhadas, como em que operações se ganha, se perde ou se gasta mais dinheiro e o que precisa melhorar na gestão.”

Desta forma, as empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, conseguem, por meio de relatórios, identificar seus pontos fracos e fortes e atuar com foco para melhorar sua performance. “Nós preparamos o negócio para que ele tenha um crescimento sustentável. A crise está trazendo muitos clientes em busca de consultoria. Como temos o olhar de fora da empresa, podemos ajudar a ver sua real situação, dar sugestões e acompanhar as ações até um ajuste.”

Toffanin acrescenta que, com o uso do certificado digital, há uma mudança até no perfil do funcionário do escritório de contabilidade. “Atualmente, temos menos processadores de dados, porque conseguimos importar muitas informações e agregamos mão de obra com senioridade maior para a consultoria.”

Fonte: DCI-SP
Lourdes Rodrigues