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ANCD entrevista Eduardo Lacerda, assessor do ITI

A Associação Nacional das Certificadoras Digitais – ANCD entrevistou o assessor técnico da presidência do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI Eduardo Lacerda.

ANCD: A Certificação Digital está completando 20 anos no Brasil este ano. Como o ITI vê a evolução desta tecnologia no País?

Eduardo Lacerda: Fundamental para redução de custos das empresas, para aumentar a eficiência na logística, tratamento e armazenamento dos documentos, para agilizar o atendimento ao cidadão e aumentar o controle nos processos que afetam o dia a dia das empresas. Enfim, poderia enumerar diversos fatores que beneficiam a vida das empresas e dos cidadãos no Brasil. O Certificação Digital é uma realidade. A natural mudança dos processos no mundo físico, no balcão, para o mundo virtual/digital. O certificado digital da ICP-Brasil representa o elo de ligação entre os usuários e as aplicações (sistemas que proveem serviços digitais), confere valor legal a qualquer transação, além de garantir a autenticação mútua entre ambos. É a garantia de segurança tecnológica, de identificação e legalidade no mundo digital. São diversas aplicações que migraram do papel e até da vertente login/senha, para a utilização de um certificado digital. Em termos de números, na ICP-Brasil, em 15 anos, o crescimento foi brutal, tanto na venda dos certificados, quanto em entidades credenciadas para operar na ICP-Brasil.

ANCD: Qual o principal marco da evolução do Certificado Digital neste período?

Eduardo Lacerda: Difícil pontuar o principal marco dessa evolução. O aumento das aplicações que fazem uso desta ferramenta certificado digital é o golaço dessa tecnologia. Certificado Digital ICP-Brasil é o produto final que está suportado por pilares muito rigorosos em relação ao tamanho exigido em segurança física, lógica, nos processos de homologação e emissão. Sinceramente, acho que o principal marco é o trabalho de toda a comunidade que enxerga nesta ferramenta uma forma de simplificar e desburocratizar processos. Esse é o grande marco.

ANCD: A biometria foi a última grande revolução do Certificado Digital no Brasil. Você acredita que com o aumento da segurança que a biometria oferece ao seu portador pode aumentar, ainda mais, o número de emissões?

Eduardo Lacerda: Pode-se estabelecer uma relação maior de confiança e por isso o aumento no número de emissões pode ser uma realidade. Por exemplo, o Conselho Nacional Monetário (CNM) aprovou, recentemente, a possibilidade de abertura de contas-corrente de forma virtual (pela internet). Deixou claro que se deve haver uma forma de identificação segura, entre elas o uso de biometria ou Certificado Digital ICP-Brasil. Imagina para um cliente de um ou mais bancos ter que fornecer as diversas biometrias que o mesmo exige, fazer esses processos repetidas vezes nos diferentes bancos, além de possuir leitor biométrico específico para cada biometria em sua casa, entre outros? Com a introdução do processo de verificação biométrica na ICP-Brasil, o requerente de um certificado digital será requalificado, com o uso da biometria de impressão digital e face, dentro da ICP-Brasil. O portador de um Certificado Digital ICP-Brasil já será identificado de forma inequívoca. Ou seja, além de todo aparato de segurança, auditoria e fiscalização que envolvem as entidades emissoras de um Certificado Digital, os algoritmos criptográficos embarcados, teremos o mais robusto processo de verificação de um indivíduo no País. A ICP-Brasil aumentará o seu rigor nas verificações de identidade, diminuindo o tempo de atendimento, tornando-se o sistema antifraude mais moderno e robusto do Brasil. Para as aplicações que têm preocupação com segurança, certificado digital da ICP-Brasil é a resposta.

ANCD: Hoje, quais os principais desafios que o Certificado Digital enfrenta para alcançar ainda mais pessoas e empresas que possuam uma Certificação?

Eduardo Lacerda: Acho, ainda, que muitos processos estão imbricados na relação com papel e assinatura física e muitas aplicações ainda se utilizam do login/senha. Essa mudança cultural que traz benefícios gerais para um serviço ou sistema ainda precisa acontecer. Entre a segurança e facilidade, o Certificado Digital da ICP-Brasil é o componente tecnológico que faz com que qualquer aplicação ganhe nos dois assuntos. É menos custoso e menos burocrático ter processos com Certificação Digital, além de ser mais seguro.

ANCD: A ANCD, há quase dois anos, vem promovendo o Certificado Digital pelo País. Para o ITI, qual a importância desta entidade para o mercado?

Eduardo Lacerda: Certamente uma entidade que congrega a vontade de um segmento é útil para o mercado, devido a sua importância, legitimidade, agilidade na comunicação, impessoalidade no tratamento, entre outros. A ANCD tem um papel extremamente relevante para o ITI exatamente por possuir essas características. Trazer as demandas do segmento de forma uniforme faz com que o trato seja mais imparcial, eficaz e transparente, além de, evidentemente, nos ajudar a espalhar a cultura da certificação digital pelo País.

ANCD: Como o ITI enxerga o futuro da Certificação Digital no Brasil?

Eduardo Lacerda: Crescimento. Continuaremos nosso trabalho com as entidades no intuito de aumentar o número de aplicações que se utilizam dessa ferramenta. A certificação digital no celular e os sistemas que visem atender à pessoa física ainda tem muito espaço para crescer. Com a contínua melhoria dos nossos processos, facilitando ainda mais a vida do cidadão e empresa, com o grau de segurança que um Certificado Digital provê, temos boas perspectivas de que a Certificação Digital renda excelentes frutos ao País. Gostaria de aproveitar esse espaço para convidar todos a participarem do 14.º Certforum, que é o maior evento de Certificação Digital do Brasil. Ele será realizado entre os dias 23 e 25 de agosto, no Centro de Eventos do CNTC, em Brasília (informações no site do ITI – www.iti.gov.br)

ITI

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